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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

The Crown e a Espiritualidade


Sempre fui fascinada por histórias de Reis e Rainhas. A adoração e o respeito pelo herdeiro de direito me impressiona. As pessoas realmente acreditam na divindade do herdeiro do trono, um enviado de Deus para governá-los.
Mas muitas vezes eu me perguntava, por que um nasce rei e outro mendigo? Se Deus nos olha a todos como iguais, por que um deve sofrer misérias de toda espécie e outro receber todas as riquezas possíveis?
Mais tarde eu entendi que há um caminho espiritual de longas reencarnações para todos. Mas será que  pode escolher nascer rei ou rainha, como um benefício? Talvez sim, pensei algumas vezes. Talvez os desafios para quem nasce rei seja de mudanças significativas para a humanidade, já que, literalmente pode mudar o mundo.
Dei por certo que era um benefício ter opção desta escolha.
Assistindo à série The Crown da Netflix percebi que a coroa está mais para um fardo. O monarca não é livre, ele é escarvo da coroa. Sua personalidade não tem vez, tudo que ele pensa ou fala representa a coroa. Seus desejos, sua lealdade à família, estão abaixo da lealdade à coroa. A coroa é uma instituição, e não um título. É uma incrível mudança de percepção, de paradigmas e cognitiva pensar desta forma. Aliás, após começar a estudar Vedanta eu vejo a necessidade da mudança cognitiva como chave para entendimento de todas as coisas.
O Príncipe Philip, o rei consorte mas sem sorte, poderia ser considerado sortudo em se casar com a herdeira do trono da Grã-Bretanha, mas ele foi reduzido a mero acompanhante da rainha, nem direitos de marido ele pôde ter; tudo se trata da linhagem, do sobrenome da casa.
Quando ele saiu em missão Real para visitar os países da commonwealth, numa viagem de seis meses, ele pôde desligar-se de toda a pompa e formalidade do palácio de buckingham e ver a simplicidade da vida, no convívio com os povos primitivos, que enxergam a felicidade em pequenas coisas.
Então, seria mais ou menos pesado o fardo de um monarca? A responabilidade de estar sob todos os holofortes, de medir milimetricamente suas palavras, de colocar o dever acima de todas as coisas até mesmo a família, de não escolher seu grande amor como no caso da princesa Margaret, são os karmas a serem administrados? O seu Dharma é o dever?