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sexta-feira, 7 de julho de 2017

O Efeito Tim Burton No Empoderamento Feminino



Nos meus tempos de criança, em 'Alice no País das Maravilhas', a personagem era uma é uma menina racional e corajosa, que cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico, povoado por criaturas peculiares e antropomórficase vai fazendo considerações à medida que a aventura prossegue. 
Muitas vezes representada por uma menina de cabelo loiro, amarrado por uma faixa preta, na minha lembrança ela tem em torno 9 nove anos de idade, e suas considerações tem um quê de inocência e um quê de dúvidas, sobre a forma de pensar dos adultos... supostamente uma forma de pensar madura.
Ela cresce e diminui de tamanho o tempo todo, o que poderia ser uma metáfora entre "ser grande" e ser criança.
Faz ponderações sobre as idéias que considera absurdas que lhe são apresentadas, e julga que todos a sua volta são loucos. 
Apesar da complexidade do texto, seus enigmas e lógicas matemáticas, não deixa de ser um conto infantil.
A Alice de Tim Burton (2010) é uma jovem adulta prestes a se casar. Ela não gosta do noivo, acha-no enfadonho, entediante e retrógrado. Seu sonho é navegar pelo mundo e descobrir curiosidades, invenções e engenhosidades pelo caminho. Uma espécie de empreendedorismo daquela época.
Considera a sociedade a sua volta hipócrita e falsa; ela está em crise.
Abandona o altar correndo, adentrando a floresta, e cai numa toca de coelho que a transporta para um lugar fantástico; povoado por criaturas peculiares e antropomórficas.

A Alice de Tim Burton não tem laço no cabelo, mas um cabelo ruivo reluzente de cachos soltos e livres. E, em sendo Tim Burton, é um pouco pálida e com um pouco de olheiras, como não poderia deixar de ser.
Suas considerações e ponderações beiram à crise existencial e não uma transição de menina para mulher, mas sim escolhas de vida.
A Alice de Tim Burton é determinada, veste um armadura de cavaleiro e luta com um monstro terrível e demoníaco.
Depois deste filme nenhuma donzela de contos de fada poderia ser a mesma. De donzelas desamparadas passaram a heroínas, e uma série de releituras foi feita.
Em 'Enrolados' (2011) Rapunzel é uma princesa nada convencional, que desconfia, desafia, prende, interroga, e "bate" com seus vários metros de cabelo em Flynn Rider, um par romântico nada tradicional, já que não é príncipe, ao contrário, é o bandido mais procurado do reino... Mas tem bom coração... e é divertido.
Em 'A Branca de Neve e O Caçador' (2012) a cálida e bela Branca de Neve tem que fugir do caçador que a persegue para matá-la e foge por uma floresta escura e suja, rasga o vestido, tem a pele cortada por galhos secos e bichos estranhos, e seu amor de infância está mais para melhor amigo. O beijo de amor verdadeiro que a desperta do feitiço, hummm, não vou dar spoiler mas... foi no mínimo diferente.
A sinopse de 'Valente' (2012) é 'A princesa Merida deve seguir os costumes do seu reino e tomar-se rainha ao lado do cavalheiro que conseguir a sua mão durante um torneio de arco e flecha. Mas Merida está determinada a trilhar o seu próprio caminho e desafia a tradição ancestral" ... Oi? rsrsrs isso porque é uma animação.
Em 'Malévola' (2014), novamente um conto de fadas atualizado, uma feiticeira que não nasce má, mas é uma ex-fada que perdeu suas asas e teve o coração partido. Não é capaz de odiar realmente aquele serzinho inocente, com uma alma que é puro amor, que é a Bela Adormecida. O beijo de amor verdadeiro que desperta a Bela do feitiço? Também não vou contar mas é surpreendente.
Em 'Frozen' (2014) temos uma rainha gelada que mora num castelo de gelo sozinha e uma irmã espirituosa, dividida entre dois amores... esse filme é pra crianças mesmo? rsrsrs Sim, todas as crianças amaram, e Frozen virou uma febre que durou por muitos anos e muitas festas de aniversário infantis.
E, finalmente, 'Mulher Maravilha' (2017), a princesa da amazonas, destemida, semideusa, esperta, bem humorada, doce, maravilhosa, que tem um filme só dela e ela salva o planeta. Quer mais movimento feminístico do que esse? Ela é a própria representação do empoderamento da mulher. Eu desejei ser ela, juro. 😂😂😂💓💖💋💅💁💃



Então, tudo isso é culpa do Tim Burton, que sempre revoluciona tudo sem querer, apenas sendo ele mesmo. Ídolo!